Aproveitando os dias de momo para atualizar tudo. Desde as leituras até a arrumação de casa.
Mas, o fato de revirar as coisas traz muitas lembranças...Principalmente de quem já partiu.
Depois
de mais de um ano da morte do meu pai, ainda guardava suas roupas em
casa... Literalmente não tinha e não tive coragem de mexer,
doar...Precisei de ajuda. Cheguei até a deixá-las na mala do carro...Um
grande passo? Sei não! De lá não saíram até que meu companheiro pediu
permissão e doou para um abrigo.
Quem disse que o tempo ajuda com
a saudade...Penso que ela só aumenta. Hoje, não posso lembrar-me de
minha irmã e do meu pai sem chorar. Dói muito sentir as ausências.
A
quebra da rotina cotidiana precisa de um longo percurso para ser
reinventada. Pois é, precisamos reinventar a vida quando alguém que
amamos parte.
Creio que as várias possibilidades de reinvenção
são as ferramentas que temos para continuar no mundo. São as
possibilidades e fases de acomodação que vão nos dando gás, esperanças
de mudanças ou aceitação do viver.
Esse viver que exige da gente atitudes, reações, movimentos.
Sem
contar com os traumas que ficamos. As lembranças dos hospitais, o
quanto sofremos junto sem saber o que fazer......O que temos que brigar
em hospitais para exigir dignidade nos tratamentos. Tudo isso nos
deixa mais sensíveis com a vida cotidiana.
Não
podemos esquecer-nos de tanta gente boa que conhecemos e que trabalha
com pessoas por amar essa profissão e faz seu trabalho com uma beleza
imensa. Nessa hora, acreditamos que existe esperança na mudança, no
ser humano, ou melhor, na humanidade.
De
uma coisa tenho certeza, a humildade é a chave que abre muitas portas.
Caracterizo como humildade a certeza que estamos sempre aprendendo e a
busca verdadeira do conhecimento. Qualquer conhecimento. Sem humildade
não chegamos a lugar nenhum.É buscar a todo instante, num exercício
cotidiano. Qual o caminho para decifrar o enigma? Só acharei se tiver
humildade para ver.........